16.12.06

Ás vezes pergunto-me, onde será que nos perdemos, se é que algum dia nos conseguimos realmente perder. Fico a pensar nos inúmeros olhares que trocamos, em todas as conversas e circunstâncias cúmplices que nos levaram a enlevar as mãos uma ou outra vez. Também me perco, a imaginar-te ao pé de mim, todos os dias como antes, penso nas vezes que te lembrarás de mim, de nós. Recordo as últimas coisas que me dizeste, as últimas mensagens que me escreveste, particularmente aquelas em que especificas-te que era para eu não responder. Tenho dias em que morro por te perguntar se ainda sentes a minha falta, se o teu coração ainda bate mais depressa de cada vez que eu me aproximo, se te sentes nervoso e com vontade de me sorrir quando falas comigo, quando estás perto de mim. E depois, no meio destas vontades todas, desta angústia que se instala à medida que reecontro fragmentos de episódios vividos, que fui deixando fugir ou simplesmente esquecendo ao longo do caminho, já não sei se penso em ti ou nas pessoas que tentei que se parecessem contigo, como se falasse metaforicamente para um retrato (fiel) de ti.

12.12.06

Sou uma céptica que crê em tudo, uma desiludida cheia de ilusões, uma revoltada que aceita, sorridente, todo o mal da vida, uma indiferente a transbordar de ternura. Grave e metódica até à mania, atenta a todas as subtilezas dum raciocínio claro e lúcido, não deixo, no entanto, de ser uma espécie de D. Quixote fêmea a combater moinhos de vento, quimérica e fantástica, sempre enganada e sempre a pedir novas mentiras à vida, num dom de mim própria que não acaba, não desfalece, não cansa!

Florbela Espanca


(para a Rita que embora possa não se identificar com o excerto, escreve textos deliciosos, quase que místicos, que eu adoro. como tal, gosto da escrita dela. da dela e da poesia da Florbela Espanca também*)

29.11.06

.6.

Passam dias
Passam noites
Só tu sabes o que é desesperar
As tuas horas são dois milénios
E aquela canção só vem lembrar

Tens o vício na memória
E o teu coração não quer voar
Sempre e só queres a vitória
Mas tens medo até de te encontrar

Não mexas no tempo
Pára de esperar por quem não vem
Pede ao mar e pede ao vento
Essa paz que o amor tem

Não mexas no tempo
Pensa que esperar não é perder
O reencontro ao fim de um tempo
É mais doce que viver

O tempo é algo intocável
Isto não é para esquecer
É no mais íntimo do tempo
Que não se deve mexer

.André Sardet


23.11.06

Amizade


"O tempo passa a correr.
Os dias avançam, assim como os meses e os anos. Os hábitos mudam, os valores mudam, as crenças mudam. As pessoas mudam! Os objectos mudam de lugar, as paredes mudam de cor, umas enchem-se com mais fotografias e escritos, outras nem tanto. As recordações apagam-se, outras perdem a importância que um dia tiveram. Um dia.
Mas em oposição, há coisas que dificilmente se perdem... Há coisas que ficam para sempre, e que resistem ao frio, à chuva, à distância física, ao tempo. E conjuntamente com elas coexistem novas coisas, descobrem-se novas pessoas, novos objectos, tiram-se novas fotografias, começam a formar-se novas e doces recordações sem nunca perder o sentimento pelas coisas que ficam para sempre."

(para a Filipa e para a Ana*)

20.10.06

Antes que seja tarde

Estou a ouvir Mafalda Veiga e instintivamente apetece-me escrever. Ao ouvi-la cantar lembro-me e penso nas pessoas que me são mais queridas. Vêm-me à cabeça, as vezes em que já não experimentei o sentimento de impotência e frustação que é, quer seja numa relação de amizade, de amor, de família ou até mesmo de trabalho, ficarmos com a sensação de que tudo ficou por dizer quando perdemos alguém ou quando simplesmente nos afastamos de alguém.
No meu entender, pelo menos uma vez na vida já todos sentimos que gostávamos de ter dito qualquer coisa que não soubemos ou não quisemos dizer enquanto era tempo. Nem sequer é preciso referir-me à morte para constatar a inevitabilidade deste sentimento de perda; basta olhar um pouco para trás e ver quantas pessoas se cruzaram comigo e me tocaram sem que fosse capaz de lhes retribuir.
Este sentimento está bem patente logo em casa, com os pais. Falando na 1ª pessoa sinto que nunca lhes agradeçerei o suficiente pelo que fizeram e continuam a fazer por mim todos os dias, sendo também verdade que por serem meus pais, facilmente os confronto, num misto de conflito interior, devoção e sentimento de culpa.
Para não dramatizar excessivamente nem permitir que este texto se torne muito pessoal e lamechas, o meu ponto de vista é bem simples e traduz-se numa frase do género: não basta gostar de alguém, é preciso mostrar que gostamos. Muito.
Portanto, hoje com Mafalda Veiga no ouvido e imensas memórias e lembranças a palpitar no coração, faço uma promessa a mim mesma; tentar não me esquecer de mostrar melhor que gosto de quem gosto. Antes que seja tarde.

(os posts seguintes serão dedicados a alguém. este é para o suposto SHB*)

10.10.06

.5.

Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir

E quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar
Do lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam não
Mesmo esquecendo a razão

O que importa é ouvir a voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai-se encontrar

Milton Nascimento, "Canção da América"

23.9.06

que venha o superior

despeço-me do secundário e anseio por uma vida de universitária feliz. a todos os que estiveram sempre lá, aos que embora sem estar presente estiveram sempre no coração, àqueles que já não estão e desejava que estivessem. aos que deixaram sorrisos e me aconchegaram as lágrimas, aos que riram e sorriram comigo. aos mais pequeninos, e aos grandes também. aos que guardo dentro do meu coração e àqueles que há muito fugiram ou deixei que fugissem de lá. aos que proporcionaram os melhores momentos e aos que atenuaram os piores. àqueles que me ensinaram a crescer e fizeram de mim o que sou agora. aos que me continuarão a ver. aos que ficaram do lado de lá da janela e que não deixei entrar, e aos que entraram sem pedir autorização. aos que virão e aos que acabarão por partir no decorrer da vida. áqueles que me abraçaram sem eu pedir e aos que eu abracei com vontade. a todos, todos sem excepção um muito obrigada!

(na impossibilidade de agradecer pessoalmente a todos, aqui fica o "desabafo")

19.9.06

Às minhas meninas <3


A saudade boa vem através de todos os nossos sentidos.
De um cheiro familiar, o cheiro de um peixe grelhado leve para o almoço, o cheiro da lasanha no forno preprarada à pressa, o cheiro do mar quando o sol se põe, o cheiro das toalha molhadas pela maresia e pela areia, do cheiro do gel de banho fresco e relaxante que nos renova o corpo cansado.
De uma visão especial, de sorrisos francos e cúmplices, dos jarros de sangria e kamikaze à espera dos nossos lábios molhados, da luz reflectida no mar, das estrelas que nos beijam o cabelo desalinhado e nos deixam fazer promessas sobre o seu olhar vigilante.
De um toque intenso, da espuma das ondas revolta sobre as nossas costas, das mãos ásperas pelo sol dadas em cumplicidade, de um abraço de pura amizade, de um carinho feito com todo o amor do mundo, do bater dos raios de sol na pele morena.
De um sabor delicioso, do amargo do limão que passa pela garganta depois de um shot mais forte, de um beijo intenso de quem nos fala à alma, do sal do mar nos dentes, da imperial fria na esplanada, do gelado que nos tira o calor e as inibições da ponta da língua, da pele que escorrega pelos lábios e estremece sob os dedos.
De um som envolvente, da música que nos leva para a pista, dos risos que deixam antever histórias de noites memoráveis e bem passadas, dos passos que nos fazem prever quem se aproxima, das ondas a abraçar a areia, das vozes unidas que simplesmente cantam ou se deixam misturar, dos serões à volta do Uno, das palavras doces ao ouvido para ninguém mais ouvir mas que passam em cadeia para permanecerem sempre nossas.
As saudades boas são aquelas que nos deixam com um sorriso nos lábios, ainda que ao mesmo tempo surga uma lágrima no cantinho do olho.

4.8.06

Corrida de Corações

Deu-se bem mais do que um tudo por tudo, que um último esforço e um último sprint na recta final. Ninguém fala, apenas se ouvem múrmurios delicados e temperados para que os sentimentos não se percam na imensidão que é uma boca. Os sentimentos são precisos mas as palavras que os exemplificariam e demonstrariam poderão não o ser. E de que vale um coração vazio numa corrida de corações? Nada. São como pés descalços numa maratona a desfazerem-se no asfalto a ferver. Onde só importa chegar ao fim sem falar, com os retalhos necessários, sem levar qualquer partilha e companheirismo na "bagagem", porque só interessa cumprir o objectivo. Por isso, tenho sorte. Juntamente com voçês sinto que chegamos ao fim sem ficarmos pelo caminho ou então trocarmos tudo por uma corrida de pés descalços, onde quem chega em primeiro perde. É também com os nossos corações cansados mas serenos na medida do possível, que sofremos e confortamos quem infelizmente tombou e pelo caminho ficou com pena nossa. E se alguma vez eu vos falhar, lembrem-se que não sou a Super-amiga nem o tento ser. Sou apenas a Ana Isabel, insegura, chorona, um pouco infantil, muito sonhadora que embora frágil quer sempre o melhor para vós.

começo a ficar nostálgica com as distâncias físicas que se vão interpor entre mim e algumas pessoas do (L)

1.8.06

Sabe bem (re)ler

"Existe sempre no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio de um deserto ou no meio das grandes cidades. E quando essas pessoas se cruzam e os seus olhos se encontram, todo o passado e todo o futuro perdem qualquer importância, e só existe aquele momento e aquela certeza incrível de que todas as coisas debaixo do Sol foram escritas pela mesma Mão. A Mão que desperta o Amor, e que fez uma alma gémea para cada pessoa, que trabalha, descansa e busca tesouros debaixo do Sol. Porque sem isto não haveria qualquer sentido para os sonhos da raça humana."

O Alquimista

20.7.06

Cada vez tenho mais consciência que tenho que crescer. Sou muito lírica, muito poética, muito de retórica e muito de idealismos. Mas de que matéria são feitos os sonhos? De que matéria são feitas as opções de vida? As escolhas, as decisões que quer queiramos, quer não nos comprometerão para a vida.
Teremos emprego, poderemos contar com saídas profissionais? Poderemos optar pelas paixões que sempre alimentamos, pelos sonhos que sempre tivemos? Ou reduzimo-nos a escolhas que terão saída profissional futura, que dão garantias de independência financeira, que permitirão conquistar um lugar no mundo do trabalho?
Sou insegura. Muito. E pessimista. E tenho qualquer coisa que me impele a acumular sentimentos de culpa, que me consomem e me fazem sentir mal. Acho, penso, digo, sinto... e é tudo tão confuso que no fim fica um vazio. Daqui a menos de um mês tenho que apresentar uma candidatura de acesso ao ensino superior.
E candidatar-me ao quê? Aonde? Serei feliz nas escolhas? Deverei seguir a minha vontade de tirar Psicologia ou deverei reger-me pelos conselhos sábios e sinceros dos familiares e alguns amigos que insistem que estou a ingressar num curso para o desemprego? Ficarei a sentir-me mal? Saúde será uma opção? Enfermagem será uma boa escolha? E Jornalismo? E Ciências da Comunicação? E Reabilitação Psicomotora?
Acusam-me de ser indecisa, de nunca ter lutado por uma nota, de ter sempre dito que logo se veria... mas e agora?! Vazio, indecisão, confusão, tristeza e muitas lágrimas.

10.7.06

.,

"Dizeste-me vai fazer amanhã um mês que "é irónico que muitas vezes o importante fique por dizer, rodeado de incertezas, mas as coisas são o que quisermos". Cito-te porque esta frase marcou-me. Concordo contigo, as coisas são o que quisermos mas as mesmas têm inerente a si um rol indeterminável de limitações e/ou desvantagens. Os prós e os contras de qualquer ideia, de qualquer objectivo se assim posso dizer. E aqui, começam as confusões.
Muitas vezes, se quiseres e, para ser sincera demasiadas vezes, deixo pendente determinados assuntos que até à data me pareciam simples e factuais, mas que por uma razão inexplicável se tornam demasiado complexos. Idealizo demasiado as relações, as pessoas, as coisas, as situações e espero sempre ser surpreendida. Adoro a expectativa da resposta ao estímulo que está subjacente às minhas palavras e às minhas próprias acções. Sou matreira, demasiado enigmática para que me percebam à primeira, porque se me perceberem rapidamente poderão perceber o oposto passado uns tempos. Sofrerei de bipolaridade? Não sei.
Só sei que sou toda coração, que as minhas entranhas e vísceras se regulam pelas emoções, pelos afectos, pelos sonhos, pelos sentimentos. Entrego-me quase sem defesas, mas acabo por sair quase sem mazelas, e deixo-te a ti magoado, fragilizado e demasiado confuso. Entendo-te, ou pelo menos assim o tento. És tão racional, tão recto e tão prevísivel que quando me dizes que gostavas de por vezes, arriscar como eu, sou levada a sentir remorsos. Nunca te quis nem quero magoar. E, por isso estou tão mal, tão fechada em mim, tão nada, que nem me consigo abrir e desabafar com os que me são mais próximos, só consigo passar para o teclado de computador estas palavras estúpidas numa tentativa inútil de arranjar justificação para compreender o meu agir.
As minhas palavras nunca serão o retrato fiel do que eu gostaria e quereria dizer-te, mas quando me dizes que "as palavras não são o retrato fiel, mas amam-nos, odeiam e magoam, tal como as acções", um nó forma-se dentro da minha garganta... Como?!... Como explicar-te por palavras que mesmo sem querer, cai na tentação de te iludir, de te começar a afastar de um lugar especial do lado esquerdo do peito que parecia destinado a ti, porque me apercebi que não era isto que eu queria para mim (para ti, para nós). Desculpa-me.
Perdoa-me, talvez seja a expressão verbal que deva sair dos meus lábios. Nunca quis brincar contigo, nem iludir-te, nem esperar que te apaixonasses por mim para depois te dizer que afinal eu não sentia o mesmo por ti. Tenho consciência que nunca to disse, mas tenho medo de indirectamente o teres percebido... às vezes, nas entrelinhas perdem-se tantos dizeres...
E agora? Agora queria apagar tudo, ser "tábua rasa" novamente, e voltar ao que eramos. Queria retomar o há-vontade, a confiança, a cumplicidade que tanto caracterizava as nossas conversas e peripécias do correr quotidiano. Mas, por enquanto parece-me demasiado díficil. Sinto necessidade de me afastar por uns tempos, acho que me fará bem e a ti também. Espero sentir-me outra vez "eu", poder estar contigo naturalmente dentro em breve. Prometo que não te deixo sem notícias... prometo. É a única certeza convicta que te posso oferecer neste momento."

Com afecto,
Ana

3.7.06

.4.


Será que a gente ainda será

A velha estória de amor que sempre acaba bem, meu bem
Meio demodé p´ra hoje em dia
Antigamente tudo era bem mais chique

Porque a gente nem sabe porquê
Mas acontece que eu nasci p´ra ser só de você
É claro que a sorte também ajudou
Ultimamente, um romance dura pouco

Cola, seu rosto no meu rosto
Enrola, seu corpo no meu corpo
Agora, está na hora de dançar...

Rita Lee

9.6.06

Nunca se volta.


O que significa voltar? Procurar um lugar onde se esteve antes de partir mas a que já não se pode regressar, porque simplesmente já não existe.
Já não existe porque o tempo exerceu sobre ele o seu efeito transformador. Se não o fez sobre o que ficou, transformou seguramente quem partiu.
Basta pensar que os cheiros, as pessoas, os rostos, as expressões, os sentimentos se transformam quando voltamos a um determinado lugar do passado. É verdade, que há coisas que nunca mudam, mas se as coisas não mudam as pessoas em oposição, estão em constante mudança num estado de desenvolvimento crescente.
Esta evolução é a essência de sabermos que em cada hora, algo novo nos é acrescido, quer seja um ensinamento quer seja um sentimento... Cada hora de vivência deve significar uma hora de maior esclarecimento. E quando se percebe melhor o conteúdo de palavras como saudade, amizade, entrega, amor ou brevidade, simplesmente não se regressa, chega-se como pela primeira vez.

26.5.06

.3.

This is what i´ve learned so far
Everything is grey
Few things are forever and it hurts when good things fade
You can´t be my everything
And i´m not half of you
But you can make it all worth while and that´s why i love you...

When you look at me, am i incomplete
And i am missing something everybody else can clearly see
When you look at me...

I have tasted happiness
The innocence of joy
Do we pay a price for every moment we enjoy
I could make you promises
But even i can´t say if everything i feel for you
Will never go away

When you look at me, am i incomplete
And i am missing something everybody else can clearly see
When you look at me...

Will you be my everything, maybe just this time
We can really think that i am yours
And you are mine
I am yours and you are mine...

16.5.06

Coração


Sim, porque apesar de tudo, apesar de tudo o que eu, tu e o "nós&outros" sabe, eu acredito que o amor existe. Sim, acredito nele, tal como acredito nas paixões. E se querem que vos diga, paixões há muitas mas amor, amor há só um.
E sei que ambos fazem sofrer. Mesmo muito. Poder-nos-ão levar a ultrapassar os nossos próprios limites, quebrar barreiras, alcançar metas imaginárias, mas nele (no amor) nada é impossível, só algumas coisas se apresentam como pouco prováveis. Levar-nos-á também a colocar em causa os nossos princípios que por vezes, esmiuçamos até não restar convicção alguma.
Mas também nos fazem sorrir. E preenchem-nos, enchem-nos e completam-nos. Chamem-me emocional, sonhadora, idealista, lamechas e mais uns quantos adjectivos do género, não me importo. Ainda acredito na partilha e entrega de um espaço, de um tempo vivido a dois, de um sentimento, de um (só) coração.
Porque sim, é o que realmente dizem. São as emoções e os sentimentos que fazem girar o meu mundo... são elas que me fazem viver: sentir, sorrir, chorar, rir, cair, levantar, continuar e quem sabe recomeçar.
Ainda acredito que é possível viver um conto de fadas, uma paixão avassaladora, um amor no qual se acredite, pelo qual se lute com a certeza de que embora tudo seja efémero, ele poderá durar para sempre, resistindo ao frio, à chuva, ao vento, ao calor e ao próprio Homem. Não deixem voçês de acreditar também...

13.5.06

.2.

Confesso acordei achando tudo indiferente
Verdade acabei sentido cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final

Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego, eu não me deixo em paz

Não vou pedir a porta aberta é como olhar pra trás
Não vou mentir nem tudo o que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo eu já roubei demais

Tanta coisa foi acumulando em nossa vida
Eu fui sentindo falta de um vão pra me esconder
Aos poucos fui ficando mesmo sem saída
Perder o vazio é empobrecer
Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo ou não volte mais

2.5.06

.1.

Hey guy - you´re the one for me
Your face - the sweethest thing i´ve ever seen
Stop by - dedicate to me
Your time - your time

At night - it really gets to me
I find nobody is here with me
Stop by - say you´ll stay with me
You´re the one i really miss

Every single day - single hour
I can see your face - single day
Every single day - single hour
I can see your face - single day
Every single day - single hour
I can see your face - single day
Every single day - single hour
I can see your face - single day

Hey guy - you´re the one for me
Those eyes - the loveliest i´ve haver seen
Stop by - just to say to me
You´re mine - you´re mine

This time lay some love on me
I´m blind - to anything surrounding me
So fine when you´re next to me

You´re the one i can´t resist

1.5.06

Ao olhar hoje para as tuas fotografias deparei comigo a cair numa vertigem fria de sentimentos e recordações. Sabes, é comum eu apaixonar-me muitas vezes ao dia, demasiadas vezes se assim se pode dizer e, é sempre por muitas pessoas, por muitas coisas, por muitos momentos, por muitas músicas. Sigo quase sempre os meus impulsos para o bem e para o mal e penso em tantas coisas ao mesmo tempo que as palavras não chegam para tudo. A mesma coisa acontece quando inicio em simultâneo mais que um projecto, que ficam pendentes, porque entretanto descobri outros, ainda melhores e, é a esses que me dedico.
Tu não és nem nunca foste um projecto. Mas eu apaixonei-me por ti, pela praia, pela noite, pelo ambiente, pelo nascer do sol. Assim, sei que fiquei presa a ti embora me tenhas atado mas não me tenhas prendido... Deixaste-me escapar porque nunca me quiseste ter e, eu é que interpretei as coisas mal. Hábito comum também à minha pessoa. É como as músicas. Há letras que só me caem dos dedos quando a mudança espreita e há frases que só percebo quando algo me falta. Há músicas que só canto na minha tristeza e melancolia e há momentos em que desejo recuperar os estados de espírito que deixaram saudades.
Queria recuperar-te agora. Não sei bem porquê, porque desconfio que a conversa acabaria por não fluir, mas mesmo assim, era bom ter-te por perto. Poderia dizer-te que para mim, tens um cartaz invísivel colado na testa: "Cuidado, não te aproximes que eu não saberei colar os pedaços que partirei em ti." Colado na testa e subentendido no olhar e no sorriso matreiro. A minha atracção inevitável pelo abismo poder-se-á explicar se eu conseguir observar na 3ª pessoa a minha relação contigo.

20.4.06

flpj

Fica. Fica só mais um pouco, fica só mais um pouco neste momento perfeito. Só assim poderemos apreciar os primeiros raios de sol da manhã clara, o primeiro nascer do sol que os meus e os teus momentos têm (talvez o único). E a manhã corre. E o dia passa. O tempo escoa e entre nós as palavras não acabam, os abraços não cessam, os sorrisos não se perdem, os olhares não se acalmam e as mãos não serenam. É disto que a nossa vida é feita... Destas pequenas particularidades que nos preenchem (e preenchem tanto).

Fica. Fica só mais um pouco, fica só mais um pouco neste momento perfeito. É que hoje, hoje é o último dia...

13.4.06

Dia Bom

Hoje acordei tarde, deixei-me dormitar ao de leve, sonhei contigo durante toda a manhã, não consegui saltar para fora da cama mas também não me entreguei a ela sem resistência. Enrolei-me aos lençóis como se eles fossem os teus braços, simbolizassem os teus abraços. Enrolei-me tanto que no enleio parecia que eles me queriam abraçar de uma forma tão nobre e doce, que era eu que os moldava ao meu próprio corpo. Abraçei-os, abraçei-te, rebolei neles e senti a tua face. Um pouco áspera (talvez devido à barba por fazer), que me fez cocégas e me soube bem. Por entre as pernas, os lençóis, uns e outros entrelaçados, tanto que já não sabia quem seria mais suave, se eles se tu, se eu se eles, se a minha idealização de ti ou simplesmente a minha fantasia de ti. Abri os olhos no escuro e por entre as frechas da presiana vislumbrei um dia soalheiro, que me encheu o peito. O sol intrometeu-se no quarto e fez-me pensar que foi pecado ficar na cama com o dia lindo que está lá fora. Mas não faz mal. Acordei bem. Sem me preocupar demasiado com o facto de te dares tanto e tão bem à minha memória... Lentamente vou costurando os retalhos do meu coração com linhas de sossego. Às vezes precisamos somente disso. De saber que as coisas têm o rumo inevitável, como os dias se sucedem às noites, como as estações do ano, como as fases da lua, como as marés, como a vida e a morte. Reconciliação. Acho que é a palavra mais serena que consigo encontrar para mim, hoje. E, é também, uma palavra recorrente na Páscoa.

12.4.06

!

Perdida por ti, preciso de me perder em ti ou de ti.

19.3.06

"Gosto"

Gosto de te ver a rir e a brincar, gosto do teu cheiro e do teu olhar, gosto de te ter sempre perto e de sentir que tudo está certo, de saber que afinal vale a pena acreditar que um dia a paz acaba por chegar, que não há esperas vãs nem dias perdidos, que todas as noites são de lua cheia e todas as manhãs estão cheias de ti, meu amor, quero-te, quero-te, quero-te.
Por isso abre as mãos e o peito, deixa-me ficar para sempre lá dentro, guarda-me em ti e espera sem esperar a cada dia que passar, que este meu amor intenso, doce e intemporal resista ao tempo, resista ao medo, resista ao mundo, resista a tudo e não precise de mais nada a não ser de TI, tu que és princípio e fim, que estás no meio de tudo, que atravessas a vida de mão dada comigo, tu de quem eu gosto, gosto, gosto.

Margarida Rebelo Pinto

26.2.06

(L)-te

O melhor que em nós existe não é nosso. Não depende de avaliações, porque não resulta daquilo que sabemos, do que conquistámos ou do que podemos apropriar-nos. Por isso, amar é dar o melhor de nós mesmos. Quanto mais usufrímos do que somos e temos, sem reclamar pelo que não nos é dado, mais inteiros estamos e mais verdadeiro pode ser o amor, que através de nós, se espalha.
Há uma grande diferença entre apreciar a companhia de alguém e amar essa pessoa: olhá-la tal como ela é, independentemente do lugar que ocupa no mundo, da forma como orienta a sua vida e do facto de nos ser útil seja em que campo for. Por conseguinte, só a partir desta consciência, desta linha, ténue na maioria das vezes, que separa ambos os factos, percebemos que, para que o verdadeiro amor possa fluir por entre as malhas e incertezas da nossa vida, temos de ir aprendendo a despojar-nos da necessidade de pessoas que apenas gostem de estar conosco.
Embora, não possua grandes filosofias e experiências de vida, tenho a minha própria concepçcão sobre o amor. O verdadeiro, aquele que nos ensina, nos estimula, regenera e faz viver feliz, é o que sai de nós, por si só. É ao mantermos o nosso coração aberto que os outros podem recebê-lo, porque o verdadeiro amor é algo que, ao transbordar, preenche espaços vazios não porque o vazio o atraia, mas por ser inesgotável.
Em suma, é através da nossa pequenez que podemos dar e receber algo de grandioso, de ilimitado, de sem fim. Amar é essa abertura total do coração que nos permite deixarmo-nos assim conduzir. E, é por isso, e para isso, que importa dizer de forma tranquila e serena: Isto é o que eu sou. Hoje. E é para esta pessoa - não para nenhuma outra idealizada - que tenho de olhar sem fugir de nada que dela faça parte. Porque só aprendendo a amá-la cada vez com menos medo, poderei espalhar à minha volta, cada vez mais, o amor sem fim que em mim existe e que é, precisamente, o que me faz ser aquilo que sou. Hoje, amanhã e por aí adiante.

adaptado de "outra porta", por Maria José Costa Félix, Revista Xis

19.2.06

Estupidamente irresistível

- És tão formal...
- Porque é que dizes isso?
- É a forma como falas, como te explicas, medes e ponderas todas as palavras antes de dizeres alguma coisa...és muito sério.
- Pois, talvez seja. Mas isso é necessário, não achas?
- Acho, claro que acho. Moderação qb é sempre precisa. Senão estarias sempre a escorregar, a tropeçar nas malhas do coração e a dizer parvoiçes como eu...
- Parvoiçes?!
- Sim, do género da que te disse ainda à instantes...
- Aquela teoria estranha? (esboça um sorriso sarcástico e irónico)
- Não é estranha. Faz simplesmente sentido. Se eu soubesse porque é que gosto tanto de ti não gostava, entendes? É como te digo, gosta-se e pronto.

17.2.06


Eu quero estar lá quando tu tiveres de olhar para trás. Sempre quero ouvir aquilo que guardaste para dizer no fim. Eu não te posso dar aquilo que nunca tive de ti, mas não te vou negar a visita às ruínas que deixaste em mim. Se o nosso amor é um combate então que ganhe a melhor parte. O chão que pisas sou eu. O nosso amor morreu quem o matou fui eu.

Amor Combate*

16.2.06


Não disse nada porque não havia nada para dizer, amordacei as horas por preencher. Não disse nada porque não havia nada para dizer, eventualmente o peito deixa de doer. Hoje toquei num avião sem tirar os pés do chão. Não me deixes ver. Para além de ti não faz sentido.

Linda Martini, Lição de Voo nº1

10.2.06

Agradecimento/Desafio

Quero deixar uma palavra, um simples gesto, mas talvez capaz de resumir e esboçar aquilo que sinto, áqueles que lhes é dirigido, o meu total agradecimento pelas palavras (também elas simples) que por aqui deixam. Não sei, se sabem o que isso significa para mim, mas em todo o caso significa muito e, em muitos casos, as palavras enchem-me e preenchem-me. Obrigada. Um agradecimento particular à Rita do gxxvn e à segurademim.


E agora o desafio:

A segurademim, desafiou-me a enumerar cinco dos meus hábitos mais estranhos. Bem, confesso que tenho imensas manias ditas estranhas, mas aqui vão as que me ocorrem no momento:

1. Ler sempre a última frase de cada livro que leio. E se achar interessante e cativante, leio mais um pouco e "saltito" por entre as páginas, seguindo muito poucas vezes, a ordem dos capítulos.

2. Aumentar o volume da aparelhagem, do rádio do carro, do leitor de cd´s e afins, sempre que passa uma das minhas músicas preferidas. E cantá-la bem alto tendo consciência que a minha voz é uma completa cana rachada.

3. Apagar sempre, sempre sempre as "beatas" ou pontas dos cigarros que as pessoas inadvertidamente deitam para o chão.

4. Elogiar as pessoas, tecer-lhes comentários, favoráveis ou desfavoráveis admito, quase sempre no momento em que passam por mim. O que por vezes pode ser entendido da forma errada, mesmo que tenha sido dito com a melhor das intenções.

5. Enrolar aquele caracol que teima em estar fora do sítio (acabei de fazê-lo agorinha); ter sempre as persianas, portadas ou como lhes quiserem chamar meio entreabertas, mas mais ao cair para o fechadas nos horários das refeições, porque tenho sempre a vaga sensação de que os outros inquilinos dos prédios da frente poderão observar-me.

E agora, não passo o desafio a ninguém em particular. Quem quiser responder ou continuar enumerando cinco dos seus hábitos mais estranhos está à vontade. Eu só posso dizer-vos que até é divertido. *

3.2.06

Lá fora o mundo pode estar cinzento, pode fazer frio e vento, o céu pode querer desabar sobre as nossas cabeças mas a luz que vem dos teus olhos aquece mais que mil abraços. As tuas palavras têm aquele toque e aconhego especial que me lembra as tardes da minha infância quando no Inverno, a neve cobria toda a cidade. Sabes meu amor, com esse teu sorriso doce abres as portas à magia e eu abro-te as portas do meu mundo.
Quando te conheci decidi não pousar as mãos no teu corpo sem te sentir o coração. E não me arrependo, mas às vezes tenho medo. Sabes, tenho medo de não saber se sei amar. Quando nos conhecemos fizeste-me sentir que não pertencia aqui. Disseste que eu desejava demais, que criava expectativas que sairiam frustadas, sem sequer me dares qualquer hipótese para tentar ver se os nossos amores se tocavam. Foi tão confuso. Trouxes-te pessoas e nomes para a história que juntavas a trabalho, falta de disponibilidade e tempo para construir algo. Parecia que querias que eu abdicasse daquilo que sou. Porque eu sou aquilo em que acredito, aquilo que faço, penso e sinto. E eu sempre acreditei naquilo que sentia.
Portanto quando olho para trás e vejo que afinal valeu a pena não seguir a multidão errante, o rebanho que acha parvoiçe insistir e persistir numa felicidade de criança, sinto-me em paz. Hoje, e todos os dias em que mergulho no dourado dos teus canudos e devoro com o castanho dos meus olhos o azul-mar dos teus, só consigo sorrir. Sinto o sangue a circular mais rapidamente, a minha voz perde-se no emaranhado de palavras que te quero dizer e... acho que te amo. Com a solenidade e a plenitude que me permite dizer que o meu coração te pertence e que as minhas coisas, ao serem minhas são tuas também. Por isso, encosta-te ao meu peito e sonha... Prometo que não te arrependerás.

21.1.06

(?!)

"Podia dizer-te muita coisa. Podia dizer-te que me corres no sangue como droga que injecto nas veias ao acordar. Podia dizer-te que a minha voz te procura na escuridão dos meus demónios. Que eles são tu. Que o teu nome está em todas as ruas e que o teu cheiro me sufoca as narinas quando o meu coração tenta respirar. Podia dizer-te que a metafísica das coisas deixa de fazer sentido quando te sinto o quente das mãos e o doce do olhar. Podia dizer-te que te sei de côr, cada milímetro de pele, cada traço do rosto, cada sinal escondido, cada impulso nervoso que te corre no corpo, cada arrepio de sangue que te passa na alma. Podia dizer-te que gosto de ti como quem gosta de gostar e que és o frasco da vida que desejo sorvir a conta-gotas. É, eu podia dizer-te muita coisa. Mas hoje não me apetece. Não me apetece morrer outra vez."

18.1.06

,

"É sempre de manhã, depois de acordar e antes de abrir os olhos, que tomo consciência das minhas fragilidades.
Era nessas alturas em que faço um balanço impiedoso de mim própria, que deveria tomar as grandes resoluções da minha vida; mas estou sempre ensonada demais para evoluir e depois de lavar os dentes já não há nada a fazer: calço com os sapatos a personalidade da véspera e moldo-me sem resistência àquela plasticina parecida comigo."

Rita Ferro

11.1.06

Cleaning up the heart...

"Os deslumbramentos a haver são das piores coisas que podem acontecer. E a mim, bem a mim acontecem-me a cada segundo, a cada minuto, a cada hora que passa. Que mania esta, que eu tenho de pensar que as coisas podem acontecer e surgir na ilusão do momento e durar para sempre.
Andei a viver demasiado tempo absorta em ti, no tempo que tu me davas e atiravas, quando querias e quando podias. Custa-me admitir mas é verdade. Não sou racional ao ponto de conseguir deixar-me ir só até determinada altura. Se me envolvo em algo, dou o melhor de mim ou aquilo que julgo ter de melhor.
Penso sempre com o coração nas mãos, sempre sempre sempre. Faz bem ao mesmo, abrir-mo-lo de vez em quando, limpá-lo, retirar certas recordações e armazenar tudo outra vez. Reciclar sentimentos se assim, se pode dizer. Então eu só estou a executar aquilo em que acredito. A armazenar as coisas, a guardá-las com carinho e ternura. (...) Como te disse no Natal, as pessoas importantes e os bons momentos que elas nos proporcionaram não se esquecem. Contudo, há coisas que quero apagar, deitar fora. (...)
O que posso ter sentido durante uns breves instantes (e que às vezes ainda sinto) quando olho para os teus olhos de um cinzento-esverdeado e me perco neles, mais não é do que a irrealidade do presente. Sê feliz, vive, brinca, faz o joguinho de sedução...mas pára de olhar para mim. Quando nos cruzarmos, falarmos ou simplesmente me vires, não me olhes de novo com o teu olhar terno e brilhante, senão ainda perco a coragem e deixo-me levar...
Fico presa aquilo que me dás, mesmo correndo o risco de depois, tu ficares sem reacção, ao não saberes o que fazer com esta rapariga que se entregou e caiu de pára-quedas nas tuas mãos."

*Começo a ter a coragem necessária para desenterrar certas coisas, olhar para elas uma última vez e encaixá-las no seu devido lugar definitivamente.

8.1.06

Coisas que não interessam a ninguém.

Gosto de música. Gosto de pessoas. Gosto de livros, de os devorar de um sôfrego, de os sentir por entre os dedos, de lhes sentir o cheiro a cada página, de imaginar os cenários, de me perder neles, de fazer noitadas e directas por eles. Gosto dos deslumbramentos a haver. Gosto de enrolar aquele caracol mais irrequieto do cabelo que teima em estar fora do sítio. Gosto de rapar o tacho dos doces e das compotas da madrinha. Gosto de acordar e comer umas torradas estaladiças acompanhadas de um bom sumo de laranja natural. Gosto de conversar por conversar. Gosto do prazer que me dá escrever mesmo que depois apague tudo. Gosto de sonhar. De acreditar, de imaginar. Gosto que gostem de mim. Gosto de pequenos amores, aqueles amores tranquilos, sem pressas, cheios de rotinas pequeninas, a preencher o vazio dos dias. Gosto de estar com os que me são mais próximos. Gosto de me prender nos olhos de alguém, de tentar perceber o que há por detrás do olhar. Gosto dos meus amigos. Gosto de ir na rua, no metro, no comboio a observar as pessoas, a imaginar e a inventar histórias onde as enquadro. Gosto de cheiros doces, sensuais, quentes, um pouco adoçicados. Gosto de um caneca de café fumegante ao acordar quando tenho vontade de saborear algo bom. Gosto de sorrisos com covinhas. Gosto que se apaixonem por mim. Gosto de estar apaixonada todos os dias como se fosse o primeiro. Gosto de cócegas. Gosto de beijos, dos mais longos aos mais demorados, dos mais inocentes aos mais elaborados, dos mais doces aos mais sedutores. Gosto da água quente do mar em dias de chuva. Gosto de dormir. Gosto de não ter horas para acordar. Gosto de alfazema, sandalo e outros tantos cheiros. Gosto de incenso. Gosto da relatividade e da perspectiva das coisas. Gosto de rir a bandeiras despregadas. Gosto de sorrir, de ser feliz e de fazer feliz o outro. Gosto das folhas que caem no Outono, de as pisar e ouvir um estalar suave. Gosto de castelos em ruínas, palácios, casas palacianas e antigas. Gosto de antiquários. Gosto de observar desenhos. Gosto de amenas cavaqueiras sem príncipio nem fim. Gosto do silêncio do campo. Gosto de desafios, de me tentar superar. Gosto de chorar. Gosto de ser caprichosa. Gosto de recordações, de memórias, de baús, de cheiros e tralhas velhas. Gosto de sotãos. Gosto de falar em voz alta. Gosto de viajar, conhecer novos sítios, novas pessoas. Gosto de fazer zapping. Gosto de nomes completos, datas de nascimento, signos e horóscopos. Gosto do bater das ondas do mar nas rochas ao entardecer ou logo de manhazinhã, quando a praia está quase deserta e todo o areal espera ser percorrido. Gosto de um banho relaxante, com sais e velas. Gosto da sedução, o joguinho ao qual ninguém escapa. Gosto de olhar para ti. Gosto de te sentir por perto. Gosto de sentir saudades, daquelas que apertam o coração, o definham e regeneram. Gosto de lencóis brancos, que na manhã seguinte à cama ter sido feita de lavado se encontram amarrotados devido ao enrolar nas minhas pernas durante a noite. Gosto de acreditar em coisas inocentes, infantis, ingénuas, simples. Gosto de adereços. Gosto dos meus ganchos com borboletas, elefantes, bonecas, às riscas que encontro na secção de ganchos e afins infantis. Gosto de flores, de cheiros campestres, de jardins cheios de vida e repletos de cor. Gosto que me mimem e me beijem. Gosto de fazer meiguices e de as receber. Gosto de abraços. Longos ou demorados, fortes ou fracos, o que interessa é a intensidade. Gosto de sentir o meu coração a bater depressa, o sangue a afluir às maçãs de rosto, o sorriso a abrir-se de par em par quando me apaixono. Gosto da vida. Gosto de saber que o Universo é infinito. Gosto de ler artigos interessantes, de sublinhar, de anotar ao lado aquilo que me vem à cabeça. Gosto das minhas aulas de Português e de Psicologia. Gosto de Psicologia. Gosto quando me dizem que sou bonita. Gosto de refutar, discutir, argumentar e discodar. Gosto de opostos. Gosto de ajudar, de me sentir útil. Gosto de esparguete à bolonhesa, empadão de carne e peixe grelhado. Gosto de todo o tipo de salada. Gosto de espigas e searas. Gosto de ver o nascer e o pôr do sol. Gosto de passar uma tarde inteirinha a ouvir música. Gosto do frio de Janeiro e do céu estrelado. Gosto do verde e do azul. Gosto do arco-íris. Gosto de sentir, cheirar, ver, saborear. Gosto de relembrar e eternizar momentos. Gosto de ver um bom filme no cinema em boa companhia. Gosto de receber uma mensagem inesperada. Gosto quando me dizem "Olá". Gosto de dizer "acho-lhe piada", quando me começo a interessar por alguém. Gosto de sentir que a minha pele é macia e suave no encontro com o outro. Gosto de ouvir velhos cd´s esquecidos. Gosto do imprevisto. Gosto de dizer e repetir a palavra doce. Gosto de palavras. Gosto de andar pela Net sem rumo definido, a procurar textos, imagens, livros, músicas. Gosto de conversar horas a fio ao telefone, mesmo que sejam aquelas conversas banais. Gosto de não saber tudo. Gosto de fazer as pazes. Gosto do meu coração anti-stress. Gosto de tirar fotografias a tudo o que vejo. Gosto de pensar que o futuro vai ser brilhante ao lado de alguém com quem desfrute em plenitude de um amor sincero e verdadeiro. Gosto de pensar que quando casar, será para sempre. Gosto das quatro estações do ano e dos quatro elementos, sem excepção. Gosto de mãos masculinas, com dedos compridos, delgados e imponentes que transmitam segurança ao flanco feminino. Gosto de uma boa saída sexta-feira ou sabádo à noite para descomprimir. Gosto de gostar. Mesmo que seja gostar por gostar.

27.12.05

Dezembro é sempre sinónimo de férias, Natal, família, balanço e despedida de um ano que voa das nossas mãos. Olho para trás e vejo lágrimas e sorrisos, alegrias e angústias, dias nublosos e outros resplandescentes, tudo misturado. É por isso, que gosto de ficar fechada em casa num ou em mais do que um dia, no final do mês de Dezembro, para o balanço do que fiz, do que não fiz, do que quero fazer.
Numa época em que cada minuto vale uma hora e em que cada hora passa a correr espero ter tempo. Tempo para parar e sentir, para reavaliar prioridades, para oferecer a quem merece, para hoje sem a preocupação de amanhã.
O Natal já passou mas vem aí o Ano Novo. A correria, a azafáma, a euforia, a ansiedade, a esperança, o optimismo, a alegria, etc. todos estes adjectivos e nomes personificam a passagem de ano.
Cabe a cada um de nós ser feliz e fazer felizes todos aqueles que conseguirmos! No meio de todo o barulho e agitação que percorrerá a noite de 31 de Dezembro desejo que arranjemos um segundo para ouvir o suave múrmurio do nosso coração: ele recorda-nos que, no fim, permanecerá o Amor... Um ano de 2006 cheio de boas surpresas! Que permaneçam :)


26.12.05

Podia ser de tarde. Ou de manhã, ou de madrugada. Tanto fazia. Importante era que chegasses e que me prendesses nos teu braços. Importante era que me beijasses e me roubasses a alma. Importante era que o bater do teu coração fosse doce. Importante era que me segredasses que nada era mais importante, significativo e especial que um segundo, que mil segundos comigo. Depois podia render-me ao fado e morrer na saudade.

8.12.05

Contradição

Todos temos um passado, um presente e um futuro. O meu presente anda envolto em nevoeiro, o meu passado está ao virar da esquina a convidar-me para um café e o futuro é uma brecha de luz.
Se há algo que nunca posso fazer é esquecer o passado. Ele foi importante, e continua a ser, embora de outra forma. Está guardado, recolhido numa gaveta de entre muitas que tenho dentro de mim. Abro-as de vez em quando a medo...e desta vez tive tanto medo.
Sou frágil, insegura e muito lamechas. Ligo a coisas que passam ao lado à maior parte das pessoas. E isso dói quando me sinto mais só.
Todos temos fases. Esta é só mais uma...mas bolas! Custa, custa tanto. E dói. Não quero parecer fraca, mas custa-me enfrentar o rair do dia, as mesmas caras, as mesmas pessoas. Custa-me desiludir-me a mim mesma, e principalmente aqueles que estão sempre aqui, os meus pais. Acho que são aqueles que mais magoo mesmo sem querer. Costumo ficar nostálgica com o Natal. As luzes nas ruas, as compras, o desejo de "Boas-Festas", as férias.Adoro adoro adoro. Mas as luzes não estão acessas, não estou com grande predisposição para compras, só quero férias.
E quero um futuro risonho. Quero que a nublina desapareça, que o café seja só um, que a brecha de luz transborde por qualquer frecha. Quero ser mais EU.
Passado, presente ou futuro?! Qualquer um serve. Ou melhor a interligação dos três. Principalmente o presente. O presente é o meu eu. Pode não ser perfeito, mas nada é. Sou imperfeita, impulsiva, arrogante, teimosa, "cabeça-dura", perguiçosa...mas sou eu.

Ando sem tempo.Por isso, tomem lá uns beijinhos! *

22.11.05

Amanhã quando acordares, sentirás a minha inexistência na tua vida. Vais levantar-te sem o meu cheiro entre os teus lençóis, sem o aroma salgado da junção da tua pele com a minha.
Vais dirigir-te à cozinha, encostar-te-às à bancada e fumarás um cigarro. O teu primeiro cigarro do dia, aquele que quando acordavámos juntos, eu nunca te deixei saborear. Vais sentir-te realizado numa satisfação ilusória e pensarás na minha estúpida relação com o tabaco. O gosto pelo cheiro e pela sensualidade inerente ao acto que algumas pessoas têm, a meu ver versus o facto de detestar que alguém fume.
Abrirás a janela e sentirás que o sol está diferente. Menos quente, menos reconfortante e menos espontâneo. O ar não estará mau, mas sim menos bom. Faltará lá a minha gargalhada parva, o meu beijo repinpando na tua face enquanto os meus braços se enrolam à volta do teu pescoço. Faltará lá o pó de açúcar com o qual eu polvilhava o teu corpo e temperava a tua vida antes de te largar, e com o qual eu te sussurava intimamente um "até logo". Vais sentir falta do regaço que sempre te ofereci sem esperar nada em troca.
E quando te aperceberes estarás a divagar numa noante sem retorno. Será como se existisse um rio a separar o teu "eu" do "eu" que eras quando estava contigo. A linha ténue que nos afastou parecer-te-à tão nítida e tão clara que cada vez mais, sentirás a distância. O regato correrá nessa linha ténue mais e mais para trás, para ser engolido pela sua nascente.
E eu ficarei aqui, onde me largaste e tu ficarás aí, onde paraste e donde não conseguirás partir. E será mais um dia. Só mais um. Daqueles infindáveis dias em que a minha concepção de amor se emarenha em ti e te sufoca.


15.11.05

Telefone

O relógio marca a 1h15 da manhã.Tenho o corpo dormente e estou ansiosa.O telefone toca e do outro lado da linha ouço a tua voz.Sorrio e escuto-te como quem escuta uma melodia que toca ao coração.Falas-me com aquele tom de voz doce e terno que só tu sabes e eu sinto-me a flutuar à mercê das tuas palavras.É tarde e os meus olhos fecham de sono, mas sei que a conversa se avizinha longa e que a cama quentinha vai ter de esperar.
Sussuras coisas ao de leve, contas-me o teu dia, referes a chuva que apanhaste no caminho para a escola.Dizes que gostas de mim.Muito.Esperas que eu também te aconchegue o coração e te massage a alma com palavras doces.Acabo por pronunciar as palavras proibidas.
As minhas palperas descaiem e eu imagino-te aqui.Ao meu lado, enquanto me envolves no teu abraço.Arrepio-me e quando dou conta já não te estou a ouvir.
Adormeço.E tu também adormeçes.Murmuras coisas irrelevantes e sem sentido.Sonhas e divagas nessa nuance de pensamentos que não descodifico.Rimo-nos muito.Proferimos umas quantas palavras de saudade e de amor e despedimo-nos com beijos intermináveis.Mais uns quantos adeus, uns quantos risos, uns quantos silêncios, uns quantos múrmurios e por fim a despedida.Até amanhã meu amor.

[texto rebuscado ao meu subconsciente]

12.11.05

Grinalda de corações


Não existe apenas um momento, uma situação ou um dia mais feliz.Existem vários.E em todos eles, voçês estão presentes.Voçês que me escutam, que me acompanham, que me aconselham, que partilham comigo o dia-a-dia e os pequenos percalços que a vida tem.
Se sou feliz, devo-o em grande parte à devoção, ao carinho e ao amor que recebo dos que me rodeiam.
Para mim, verdadeiras amizades são de extrema importância.Tenho um círculo de amigos não de grande tamanho mas de grande sentimento.Ao meu lado, tenho aqueles de quem gosto e por quem nutro algo de indestrutível.Hoje não é um dia especial, mas os amigos lembram-se sempre e a toda a hora.
Não há dúvidas.Tenho as melhores amigas do mundo.

5.11.05

A Casa

A luz começava a quebrar e as sombras avançavam sobre a casa branca de infância.A casa que ela tão bem conhecia.A casa das brincadeiras de criança, a casa dos refúgios naqueles dias de adolescência, em que a vida lhe dava um pontapé particularmente duro.
O ar, o ambiente, o cantar dos pássaros, tudo permanecia igual.As portadas verde-garrafa das janelas esperavam-na abertas, como se ela fosse uma filha antiga.As memórias eram fortes e o bater do coração era suave.
Atrás da casa, entre os jardins de bungavílias, estendia-se o pátio.As pedras antigas estavam agora mais gastas, mas ainda assim guardavam os risos, as correrias, as quedas e a nostalgia que sempre ali encontrava de cada vez, que se sentava no chão coberto de hera.
Tinha prometido a si mesma, só trazer aquela casa um Ele que soubesse amar em silêncio e falar com as mãos.
Quando ele apareceu, ofereceu-lhe mais do que amor e mais do que gestos.Ela retribui-lhe da melhor forma que sabia.Levou-o à casa de infância, à casa que tinha a chave dela.A chave da menina que ela tinha sido, era e sempre seria.Olhavam-na agora em silêncio, de mãos dadas absortos à realidade envolvente.
E era assim, que ali iam permanecer.A guardar o pátio com o olhar e a lançar sobre ele toda a nostalgia e intimidade que existia entre eles.Porque era ali que se sentiam bem e porque era ali que queriam estar.

3.11.05

Tu ou tu?

Admiro-te pelo que és.Pelo que demontras ser, pelo que fazes, pelo que dizes e pela forma suave e ao mesmo tempo sarcástica com que escutas.Mas também tenho receio.
Assusta-me a quantidade de tu´s que guardas dentro do peito.Não percebo o porquê de não os mostrares, ou se calhar até percebo.Talvez será porque não sentes tudo à flor da pele como eu, que sou toda feita de coração.Já tu, és uma pessoa fria e cerebral, que vê e pensa tendo sempre por base, a lógica e a razão.Também sabes ser doce, mas nunca, nunca baixas a guarda.Foges dos sentimentos, como uma criança assustada foge do infantário ou da primária, ou se preferires, agarras-te às tuas convicções, tal como as crianças se agarram às pernas e às calças dos pais, nos primeiros dias de escola.
E isso confunde-me.Todos esses tu´s que tu tanto reprimes de cada vez que estamos juntos embaciam tal qual a névoa, a clareza de espírito que tanta falta me faz.É como se o dia chuvoso de hoje se instala-se na minha alma, entendes?
Todavia não me impedem de ao mesmo tempo, gostar do tu que conheço.A questão é, então, Tu ou tu?
A resposta não sei.Sei sim e, isso também importa, que o teu "Eu" completo é fascinante e que de vez em quando, poderias e deverias soltá-lo.Dar-lhe-ia auto-estima e faria com que tu próprio te sentisses bem.No fim de contas, tudo isto vem a propósito de uma mera interrogação, Qual foi a última vez que te vi sorrir de verdade? *

27.10.05

Teoria do Caos.







"Sempre que a tua boca encontra a minha, uma borboleta bate as asas dentro da minha barriga."

26.10.05

Costuma-se dizer que a adolescência é a idade de todos os perigos.Eu considero-a a idade de todos os desafios.É como se nascessemos outra vez.Implica crises, choros, quedas e a ideia fixa de que o mundo acaba e recomeça várias vezes ao dia.
A adolescência é como se fosse um intervalo entre a infância e a vida adulta.Cometem-se as maiores loucuras, seguem-se os impulsos mais estranhos, vive-se a vida de improviso e ama-se.Ama-se muito.E sonhar então, nem se fala.É um período de aprendizagem e crescimento.Construirmo-nos enquanto pessoas não é tarefa fácil, e o amadurecimento da personalidade de cada um em sociedade, é um trabalho árduo e contínuo.
Estou a crescer.Sei-o e sinto-o.Olho para trás e vejo o quanto cresci.Sinto-me uma rapariga com ideias mais sólidas e mais consistentes, com mais responsabilidade no modo como levo a vida.Aprendi à custa de erros, de irresponsabilidades e de muitos tombos que dei.O meu coração já sofreu vários pontapés, a minha vida já esteve muitas vezes do avesso e eu tenho muitas vezes um montão de ideias para assimilar.Mas de todas essas vezes descobri uma força dentro de mim.E cada vez mais acredito que todos a temos.
Sinto-me bem comigo mesma.O meu mundo vai continuar a dar muitas voltas, até que encontre um ponto de equilíbrio.Mas eu sei que tenho raízes sólidas a rodearem-me.Elas entrelaçam-se em mim e dão-me força.
Já não sou tão imatura, tão infantil nem banalizo os sentimentos, as pessoas, as situações como fazia à uns anos atrás.Continuo a ter ânsia de descobrir, de aprender coisas novas.Mas a vontade de desbravar o mundo num só grito já passou.
Os "verdes anos" ou a "idade do armário" não são mais de que a melhor fase das nossas vidas.Resta-nos saboreá-la e aproveitá-la ao sabor das marés e das correntes.Temos que nos deixar levar com a consciência de que quem erra é humano e que quem luta, sofre.Mas acima de tudo sabendo que todas as coisas têm o seu próprio tempo e o seu próprio espaço.Não interessa termos pressa em crescer... Um dia todos lá chegaremos.


22.10.05


Preciso que alguém me dedilhe a alma e que dela retire os seus melhores acordes...

14.10.05

Amor?

Sim.Talvez não da forma como estejas habituado a conhecê-lo, nem da forma como eu esteja habituada a senti-lo.Mas sabes, no vão das coisas ditas e não ditas, os silêncios cruzam-se e admitem que à mais a existir entre nós do que uma simples amizade.E prevêm um futuro com coisas bonitas se não de mãos dadas, pelo menos lado a lado.
E, é por isso, que (re)aparece o brilho no olhar, o tão esperado sorriso, a tão esperada palavra sussurada ao ouvido...Os momentos passados contigos são simples, mas eu levo-os comigo onde quer que vá.Eu e tu não para sempre, mas por agora.No instante, no momento, sinto-me bem ao teu lado.E bem, o para sempre...o para sempre não existe.Nada dura eternamente, mas eu acredito que existem coisas que perduram e resistem a todas as estações e a todas as outras coisas.
Hoje, só me apetece experimentar a arte do sentir.Numa noite fria de Outono, depois de um jantar que espero animado, o teu toque seria bem recebido.Reconfortaria e faria-me sorrir ainda mais.
Ando feliz.Sem qualquer razão aparente encontro-me numa maré de alegria.Estou positiva, cheia de altruísmo (o que por vezes irrita) e com um sorriso nos lábios.Podia desfiar-vos um rol de sentimentos, de sensações, de imagens, que me povoam a consciência.Mas não.Não quero que olhem para mim.Não quero que me julguem, que me sintam ou percebam.
Só me apetece dar beijinhos, abraçinhos, sorrir, sorrir e rir...Rir muito.Quero distribuir ternura, carinho e amor.
Vou começar por ti.O nosso amor não se baseia em desejos carnais.É muito mais do que uma simples atracção física.Mas bate cá dentro.Tanto que até provoca uma comichão na barriga.E sabe bem.
De cada vez que quero fugir deste mundo sei que posso correr para o teu abraço fiel.Conheces-me e sabes-me bem.Estas linhas não são mais do que uma prece dirigida a um ser ou uma entidade divina para que eles nunca te afastem de mim.De cada vez que quiser, espero encontrar-te aí.No lado esquerdo do peito.

13.10.05

Óculos de Sol.

Usam-se óculos de sol para se protejer os olhos dos raios de Sol, para se segurar o cabelo ou aquela madeixa que teima em cair.Usam-se óculos de sol porque é moda usá-los, principalmente se forem "in", isto é, se forem da "moda".Usam-se óculos de sol para esconder aquela lágrima que teima em cair em dias menos bons; usam-se óculos de sol porque às vezes o reflexo da nossa própria imagem neles, serve-nos de espelho.Usam-se óculos de sol para ver melhor ao longe ou ao perto (se as lentes forem graduadas); usam-se óculos de sol para se observar aquele ou aquela que está na mesa do café ao nosso lado, sem que o(a) mesmo(a) se aperceba.Usam-se óculos de sol para disfarçar as olheiras de uma noite mal dormida ou bem passada, mas com curtas horas de sono.
No meu caso, não uso óculos de sol.Olho para o mundo tal e qual como ele é, sem utensílios ou objectos que o modifiquem ou alterem em termos de cor.Não gosto de me ver de óculos de sol e sinceramente não acho que me façam falta.
Quanto a ti, já não digo o mesmo.Gostava de saber realmente o porquê de tu usares óculos de sol.Tens uns olhos demasiado expressivos para ficarem encobertos por essas lentes escuras que tu tanto teimas em usar.Acredito que te façam falta no Verão, quando os raios de sol teimam em trespassar tudo e todos.
Mas não no Outono, principalmente agora.O Sol que se tem feito sentir não tem sido forte, mas tu teimas em usá-los.Parece-me que tal facto só reforça a ideia de que os objectos exercem muito mais do que a simples função para a qual foram destinados.
Não gosto dos teus óculos de sol, ou se preferires não gosto de te ver com óculos de sol.Tornas-te frio, distante e um pouco convencido.Prefiro os teus óculos normais de massa azul que me permitem penetrar nos teus olhos sem que uma barreira escura se interponha entre mim e eles.

No teu caso, os óculos de sol, criam um fio invísivel entre nós.Mas tu, com a tua doçura tentas desfaze-lo ao tirá-los, ou ao colocá-los sobre a cabeça de cada vez que nos cruzamos ou nos encontramos.
E isso sabe bem, e leva-me a admitir que só embirro com eles por serem teus.Afinal, eles até te conferem uma certa piada...

9.10.05

: v i c i a d a :

"O tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava.
era a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade."

José Luís Peixoto, in "A criança em ruínas"

*

6.10.05

Não sou somente uma imagem agradável e um sorriso bonito.Lamento se te desiludi ou decepcionei.Julgaste-me pela aparência, foste mesquinho, infantil.Não me conheceste minimamente bem, para diferenciares o que era eu do que era menos eu.
Achaste-me simpática? Oh, óptimo.Mas isso não te dá o direito de falares por mim ou achares que me lês os pensamentos.Fui simpática, mas não ao ponto de te abrir a porta do coração.
E tu não percebeste.Tentaste obter o que eu não te podia dar.O que eu não te queria dar.Interpretas-te mal aquilo que fiz ou disse.Segundas intenções?! Nunca as tive para contigo.Não sou sincera se disser que nunca tentei ser mais do que especial para alguém, mas contigo tenho consciência que não.
Sou competitiva.Assumo-o e sim, concordo quando dizes que as mulheres são demasiado competitivas entre si.Principalmente se competem tendo por meta o alcançe de um objecto masculino (if you now what i mean).
Mas também somos seres maravilhosos, repletos de encantos e mistérios, fortes quando ninguém espera, e fragéis dentro de nós mesmas, na escuridão que ensombra a parede dos quartos.Sabemos iludir quando não amamos, mas quando amamos entregamo-nos sem defesas.No fundo o que nos move, talvez também o que mova os homens, é o desejo de sermos amadas.Pelo que somos, pelo que fazemos, pelo que dizemos, pelo que temos, não importa pelo quê.Queremos alguém que nos protega, que nos dê um beijo ao rair do dia, que nos dê outro ao anoitecer.Que nos dê a mão para nos sentirmos seguras, que nos sorria quando tudo estás negro ou quando tudo está brilhante, que nos ajude a atravessar a estrada ou o jardim simplemente.Queremos alguém que pegue em nós, nos complete e nos transforme em algo melhor.É isto que queremos.
E isto tu não sabes.És demasiado criança, demasiado leviano para entender a entrega do Amor.Crucificaste-me porque não te liguei da forma que querias.Desculpa mas se o fizeste, é porque mais tarde ou mais cedo, acabarás por te crucificar a ti mesmo.Podes repetir vezes sem conta que sou competitiva.Faz parte da minha natureza enquanto mulher.Tento contraria-la nas pequenas coisas, mas nem sempre sou bem sucedida.Mas não és tu que me vais dar lições de moral.Para mim, o que dizes não tem consistência, é simplesmente um "bléblá" que ouves e dizes de cor, à espera que alguém concorde contigo.Tenho opinião própria e tento construir a minha pessoa tendo por base valores e ideais em que acredito.Competição? Porque não?! Faz com que nos empenhemos mais para sermos bem sucedidos.Desde que não a leve ao extremo, acho que só aguça a vontade e ajuda ao sucesso.

5.10.05

Leitura obrigatória que por vezes, se torna bem apetecível...

"São os sonhos que seguram o mundo na sua órbita. Mas são também os sonhos que lhe fazem uma coroa de luas, por isso o céu é o resplendor que há dentro da cabeça dos homens, o próprio e único céu."

"Já sabemos que destes dois se amam as almas, os corpos e as vontades, porém estando deitados, assistem as vontades e as almas ao gosto dos corpos."

in Memorial do Convento

24.9.05

.Sagitário.

"Os sagitarianos são uma singular combinação de inteligência e engenho que somado ao grande ímpeto que põem nos seus actos os transformam em arqueiros que quase sempre acertam na "Muge".
Gesticuladores, faladores e directos não se privam de se expressar às claras.O seu optimismo reflecte-se na expressão.Os olhos são geralmente vivos e ternos, o rosto é comprido e oval, com uma testa larga e alta.Os lábios são firmes quase sempre prontos para um sorriso.
De carácter inquieto e confiança em si mesmos, deixam-se atrair pelo perigo e, como eternos idealistas, reclamam as injustiças, sentido um verdadeiro desdém pelo comportamento convencional.
Confidentes naturais, embora nem sempre consigam guardar segredo os sagitarianos possuem uma presença forte, vital com muita extroversão.Boa fé é coisa que não se lhes pode negar e a sua intenção é sempre a melhor.
Brandos, generosos, simpáticos e encantadores, é natural que tenham montões de amigos que lhes querem de verdade, mas de quando em quando o sagitariano aponta o arco e acerta uma "flechada", mas está provado, Não mata Ninguém!...(às vezes)."

Acreditas na Astrologia? ;)

23.9.05

*

E hoje perdi-me no infinito dos teus olhos.Cinzentos com uma pitada de verde claro à mistura...Doces, ternos e brihantes.Foram eles que me restituiram o sorriso ao rosto, foram eles que me fizeram confiar no amanhã.
E enquanto escrevo estas linhas é a imagem deles que tenho em mente.Cinzentos, amendoados, esverdeados e com um toque de castanho claro a trespassar-lhes a íris.O castanho claro só se nota bem quando te encontras na direcção do sol, a rir muito ou a sorrir com a cara toda.Reparei hoje.Estranho não é? Olhar para ti num dos intervalos e fixar-te o olhar.
Rio-me quando me dou conta da insignificância da situação.Mas bolas eu achei-os tão bonitos que não podia deixar de referi-los.Conferem-te um olhar espontâneo e verdadeiro miudo.E é verdadeiramente delicioso senti-los pousados em mim...

22.9.05

Feel like shit.

15.9.05

Sopro do Coração...

Sim o amor é vão É certo e sabido Mas então (porque não) porque sopra ao ouvido O sopro do coração Se o amor é vão Mera dor Mero gozo Sorvedouro caprichoso No sopro do coração... Mas nisto o vento sopra doido E o que foi do corpo num turbilhão Sopra doido E o que foi do corpo alado nas asas do turbilhão Nisto já nem do ar precisas Só meras brizas, Raras Raras Raras Corto em dois limão Chego ao ouvido Ao fresco Ao barulho Á acidez do mergulho No sangue do coração Pulsar em vão É bem dele É bem isso E apesar disso eriça a pele No sopro do coração...

Clã - Sopro do Coração

13.9.05

Eu...

Adoro conversar mas também preciso do silêncio e de tudo aquilo que ele tem em si;
Gosto de ser directa com as pessoas mas não gosto de as magoar;
Oiço de tudo um pouco mas o que oiço tem de mexer comigo e tocar-me ao coração;
Adoro escrever mas muitas das vezes perco a paciência e só sai merda;
Sou uma pessoa aberta q.b. mas detesto que se metam na minha vida;
Sei ser extrovertida especialmente com quem conheço mas às vezes coro e fico envergonhada;
Não rio nem solto uma gargalhada com extrema facilidade mas sorrio com a cara toda, muitas vezes ao dia e muitos dias;
Não sou extremamente fútil mas preciso das minhas pequenas vaidades;

Tenho paciência que chegue para ouvir mas não gosto que abusem dela;
Falo muito e na maior parte das vezes não digo nada de jeito mas sei ouvir e compreender quando é preciso;
Confesso-me orgulhosa mas assumo os meus erros e perdoo facilmente;
Derreto-me com pessoas simpáticas e cultas mas fico de pé atrás quando o tentam ser sem o serem;
Sou refilona mas adoro que me dêm miminhos, abraçinhos e beijinhos;
Adormeço muito bem mas tenho mau acordar;
Ajudo e confio quando acho que assim devo fazer mas não suporto que me mintam;
Preciso dos meus amigos para ser o que sou mas não gosto que me tentem moldar à sua maneira ou conforme lhe convém (estes não são amigos);
Quero ser independente mas quando as coisas não correm bem, é à mamã que recorro e é a ela que peço ajuda;
Sou impulsiva e sensível mas a cada dia que passa tento controlar melhor as minhas emoções e os meus sentimentos;
Tento viver a Vida o melhor que posso atirando-me de cabeça e arriscando mas cada vez mais, tenho consciência de que vale a pensar pensar mais do que uma vez antes de agir;
Gosto de ser como sou mas por vezes a voz na consciência irrita-me...

11.9.05

E hoje deu-me vontade de escrever palavras bonitas, palavras apaixonadas, palavras lamechas direccionadas a alguém.A ti, a ti, a ti, e somente a ti.
Arrelia-me o facto de não conseguir controlar as emoções e os sentimentos.Será assim tão difícil?! Para mim é.
Apetece-me escrever disparates que depois me façam corar de vergonha.Quero escrever por escrever, para acalmar a carência que sinto.Enquanto não consigo, suporto tudo isto que trago cá dentro.E são coisas tão parvas que logo que me sento a olhar para o ecrã, a vontade esmorece e as palavras não saem.Mas depois abro a minha playlist e, vêm as músicas e com elas as letras cheias de amor.E a seguir entro no msn e deparo-me com frases românticas.Merda!Será que hoje tudo o que oiço e vejo vem impenegrado de amor?
Não quero um namorado.Estou bem como estou e sinto-me bem assim.(Repito isto tantas vezes que até me sinto ridícula.)Mas de vez em quando tenho saudades...não duma pessoa em concreto, mas dos sorrisos, dos olhares cúmplices, das carícias, da entrega num simples olhar.Dá vontade de ter o mundo outra vez na mão, entendes? Oh, não tu não me entendes.Nunca me entendes.És a moleza que me acompanha, enquanto me denuncia os gestos, os olhares, os desejos, os movimentos.Será que me denunciaste hoje nas conversas banais? E no outro dia nos olhares meio desviados, no concerto? Será?! Espero que não.Não valeria a pena.Dar a entender algo que não quero ou dar indícios que quero aquilo que não quero, é aquilo que menos quero fazer.Frase confusa, tal como eu...Enfim estou carente.De verdade?, perguntas-me tu.Responde-te a minha mão a deslizar pelo teclado...Escreve um sim silencioso e singelo.Sim, acho que é isso.Se não, qual seria a razão para um texto tão absurdo e tão mimado como este? Bolas tenho tanta coisa boa!Para quê, tudo isto?!
Não sei e, enquanto escrevo estas palavras a música que me acompanha, ainda mais me intensifica a angústia.You ande Me, Lifehouse.Lifehouse tem-me preenchido os dias e todos os bocadinhos livres que tenho.E acho que vai continuar, pelo menos por hoje.Posso parecer maluca mas ao mesmo tempo que quero alterar a playlist, não quero.Afinal, gosto das músicas e sempre posso imaginar uma história com um final feliz daqui a algum tempo.Até lá percorro a estrada que me direccionará a ti.A ti, que és o meu príncipe encantado ou sapo imaginário que, às vezes, eu tanto desejo.
Não liguem, devaneios destes ocorrem-me todos os dias...

10.9.05

"Renascer"

"O espaço e o tempo, dois infinitos que se estendem para além de todas as coisas.As pessoas que estão perto e vão ficando cada dia mais próximas.A voz, os risos, o olhar.As mãos que falam, os silêncios que dizem, os gestos que traduzem.O prazer de estar ali e não em outro lugar.(...)

Marguerite Yourcenar escreveu um dia que "o Outono e o Inverno limpam tudo pelo vazio e pelo vento" e é também essa a grandeza da vida.A possibilidade de fazer de novo, de limpar tudo e recomeçar.De poder renascer.

Tudo passa e tudo se esquece ou transforma e é bom saber que acima das montanhas existe luz sobre azul e, debaixo desse imenos céu, permanecem intactas muitas coisas e muitas pessoas.Nem tudo se perde, portanto.

E depois há os momentos em que as palavras se sentem e as emoções se calam.Há a fragilidade dos dias e uma força indecifrável que nos empurra e faz caminhar.(...)

E é na abstracção das horas de um tempo que parece suspenso que pressinto que não temos apenas um lugar no mundo."

in Renascer, Xis Ideias para Pensar, de Laurinda Alves


Amo a escrita de Laurinda Alves.Este livro é um dos meus predilectos.Quando o li percebi que ia ser mais um dos livros que me acompanha onde quer que eu vá.Assim, relei-o sempre que sinto necessidade.Hoje apeteceu-me e resolvi postar parte da crónica que li.Acho que nos próximos tempos, postarei mais excertos deste livro e de artigos da revista Xis.

8.9.05

Efémero?

O vento dança com o meu cabelo.Eu acompanho-o enquanto enrolo entre os dedos mais uma madeixa encaracolada.Sentada no baloiço fico entretida com o sussurar do vento e com os meus pensamentos.Sei que voltei a cair no oceano do nada mas, desta vez é diferente.Eu quis cair, foi melhor assim.Contudo, deparei-me com todas as minhas dúvidas.Questionei tudo outra vez, sem saber bem porquê.Peço certezas.Peço convicções.
Quem mas dá? Eu mesma daqui a algum tempo.Quando as tempestades passarem, quando a aurora já não trouxer junto com os primeiros raios de sol, novas dúvidas e novos receios.Será tudo isto efémero? Impossível viver sem medo, sem tudo isto que trago cá dentro, mesmo sabendo que alguém está aí, mesmo sabendo que esse alguém está comigo.

7.9.05

Nalgum lugar incerto.

Perdida na noite encontro-me rodeada por uma interacção de cores, sons, movimentos.
Os tons são quentes, propícios a encontros e desencontros, quem sabe.São atractivos ao ponto de me prenderem facilmente.Fico fascinada e perco-me em mim mesma.
Juntam-se à música que está na ponta da língua e que impele o corpo ao movimento.Os cinco sentidos despertam e fazem com que ele se mova por si só.Eu não o comando apenas lhe sigo os movimentos como se fosse um holograma fora dele.
Ao fundo ouve-se uma gargalhada acolhedora e simpática.Lembra-me as gargalhadas da Patrícia, com a qual troco um olhar cúmplice.Alguém acompanha a gargalhada em questão, e o espírito entra sem a pressão do sentir, sem a pressão do ser.
E é então que sinto que te queria ver de novo, sem saber bem o porquê.
Talvez quisesse que naquele momento o meu coração voltasse a bater de ansiedade por algo novo...algo que me despertasse.
Talvez quisesse completar, aquela animada noite, com a tua presença, com o teu sorriso.
Talvez precisasse de ver, simplesmente, que mais cedo ou mais tarde, sempre voltarias ao ponto de partida onde me deixaste.E aí, tudo seria diferente...

4.9.05

*

"quando gosto muito das pessoas nunca digo a ninguém como se chamam. é como entregar uma parte delas. aprendi a apreciar a descrição. parece-me ser a única coisa que pode tornar a vida moderna misteriosa ou maravilhosa aos nossos olhos. a coisa mais banal pode ser encantadora se a ocultarmos. hoje em dia, quando deixo a cidade, nunca digo aos meus para onde vou. se o fizesse, perdia o prazer. é uma mania estúpida, devo confessa-lo, mas que de algum modo me parece conferir uma boa dose de romance à vida. deves julgar-me incrivelmente tolo por pensar assim..."

Oscar Wilde in O retrato de Dorian Gray

28.8.05

Citação.

"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós.Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."

Antoine de Saint Exupery

26.8.05

.

"First she broke your heart in two, now she´s gonna laugh of you.
First she broke your heart in two, now she´s gonna step on you.
First she broke your heart in two, now she´s gonna spit on you.
First she broke your heart in two, now she´s gonna hate you too.
First she broke your heart in two, then she´ll say that she loves you."

24.8.05

Acredito.

"Pode-se dormir no ombro de alguém uma vida inteira e morar noutros corpos, que nunca se tocaram."


Sim,acredito.



Espero que tu também acredites.

20.8.05

Regresso.

É bom voltar a casa.Sentir o aroma quente que se instala na cozinha ao fim da tarde.Reconhecer os cheiros característicos que emanam dos objectos que conheço tão bem.Olhar à volta, ao mesmo tempo que um sorriso contagiante me invade o rosto.Pousar a mala no chão, correr para o quarto e espreguiçar-me sobre a cama.Deitar a mão à minha mesinha-de-cabeçeira.Passar a mão pelos fios de missangas incompletos, pelas pulseiras, pelos brincos, pelos livros que se encontram empilhados.Sorrir novamente.Levantar-me num ápice e dirigir-me à casa-de-banho.Tomar um duche fresco, que me relaxa.Vestir um vestido velho, meio desbotado, meio largo.Sentir tranquilidade e um tecido reconfortante a roçar na pele.Pegar no telefone e ligar à Ana.Pousar o telefonar antes de marcar o número.Não, ainda não me apetece falar com ninguém.Sentar-me no sofá e olhar para o caderno de rascunhos e desabafos que se encontra em cima da mesa.Pegar nele e na caneta.Escrever, gratujar, riscar.Fechar os olhos e sonhar.Sentir saudade destas duas semanas, daquele dia, daquela festa, de ti.