21.2.07

também Ontem

E é por saber que estiveste à distância de um abraço, de um simples gesto que não suporto a ideia de estar aqui, de me negar ao que mais quis na altura: sentir-te comigo. Mas acho que só quando te sentir perdido, irremediavelmente perdido (e já sinto, porque como diz a sabedoria popular "longe da vista, longe do coração") para quem te souber dar a atenção que pedias, ou para sempre, é que vou chorar e lamentar o desespero de nunca, ou quase nunca ter feito nada. Hei-de dizer então, que há quem precise de ti mais do que eu jamais precisei (é uma boa desculpa para uma dor sem remédio).

Ontem


(...)

A que deuses te devo, se te devo,
que espanto é este, se há razão pra ele?
Como te busco, então, se estás aqui,
ou, se não estás, porque te quero tida?
Quais olhos e qual noite?
Aquela
em que estiveste por me dizeres o teu nome.


Pedro Tamen

20.2.07

já dizia a Grey e muito bem,

"erquer barreiras não significa manter as pessoas de fora, mas sim, manter-te a ti cercado"

(Às vezes, mesmo sem que nos apercebamos e sem que queiramos caimos na pura acomodação. Não que nos sintamos bem com o que temos, por vezes, queremos mais, faltar-nos-á algo, mas o comodismo de dizer "estou bem como estou" instala-se e começa a ganhar muita consistência. O medo ganha lugar de forma disfarçada. Sim, tenho medo das pessoas, dos lugares, da luz, da escuridão, da infelicidade, da dor, de me rasgarem por dentro e de me esmigalharem a alma sem nunca mais conseguir voltar a unir o coração despedaçado. Será que sentir a alma repuxada por dentro é sinal de euforia, por nos sentirmos vivo, ou pista para descobrir que se é eternamente insatisfeito?... Coração, coração, sossega, deixa-te dormir e não acordes. Aconchega-te ao meu peito e repousa. Se tiveres que acordar, que seja por breves instantes, como aqueles que nos roubam violentamente momentos nocturnos de paz, mas que tão depressa como nos roubam nos devolvem, repentinamente, a quietude e a plenitude dos sonhos.)

15.2.07

Confidências II

"De tempos a tempos tenho desiluções. Recebo aquele pontapé fatal no coração que me faz repetir a partir desse momento: "não quero mais saber disto, o amor não existe!". Mas com o passar do tempo e dos acontecimentos, as cicatrizes começam a esbater-se e sem me dar conta, vou abrindo as portas a alguém que devagar, devagarinho, pé ante pe, entra na minha vida e, quando finalmente dou por mim, já ele me agarrou por dentro.
Convencida que desta é que é, escancaro portas, janelas e clarabóias para que ele veja, para que ele entenda o sentimento que levo dentro de mim, que quero levar até ele. Estendo-lhe a mão e senti-la dentro da dele é uma das melhores sensações do mundo. E de repente, o meu coração está nos meus e nos seus dedos, nas minhas linhas que se cruzam com as linhas da vida dele, do amor dele, da sorte dele.
Mas, por qualquer razão, com a mesma leveza com que se aproximou, ele afasta-se. Ele, o amor, esse elemento que tantas vezes nos trama e teima em prometer aquilo que acaba por não nos conseguir dar. Pois ainda houve um tempo eu que eu te quis dar a mão. Mas agora, agora não. Já não te quero dar a mão.
Estou em tempo de desilução."

11.2.07

Confidências

"Ultimamente ele surge à minha frente (seja no dia-a-dia, seja em sonhos) muito mais vezes que o previsto. Só não surgem borboletas na barriga porque num corpo que tenho à minha frente, não és tu quem eu vejo, nem sou eu que te tenho."

8.2.07

sem título

O sorriso mais desenfreado e traquina pode provocar as paixões mais avassaladoras. O abraço mais simples e espontâneo pode trazer-nos o maior conforto. Um olá de sorriso franco e aberto pode dar-nos forças para enfrentar qualquer adversidade quotidiana. Um beijo pode corromper todos os estereótipos e ruir todas as defesas que possuimos. Uma música pode relembrar-nos cheiros, pessoas, situações, locais e transportar-nos para outra dimensão. Uma ida rotineira para a escola pode transformar-se na melhor de todas se tivermos a melhor companhia de sempre. Os raios de sol que se intrometem por entre as frechas das nuvens nestes dias cinzentos, fazem-nos sentir que existe sempre esperança. Os imprevistos e as coisas mais incomuns que nos possam acontecer dão-nos bagagem para novas peripécias e experiências. Um telefonema inesperado pode culminar na melhor conversa do dia...

(Porque é que o coração ultrapassa tantas vezes a razão?)