27.10.05

Teoria do Caos.







"Sempre que a tua boca encontra a minha, uma borboleta bate as asas dentro da minha barriga."

26.10.05

Costuma-se dizer que a adolescência é a idade de todos os perigos.Eu considero-a a idade de todos os desafios.É como se nascessemos outra vez.Implica crises, choros, quedas e a ideia fixa de que o mundo acaba e recomeça várias vezes ao dia.
A adolescência é como se fosse um intervalo entre a infância e a vida adulta.Cometem-se as maiores loucuras, seguem-se os impulsos mais estranhos, vive-se a vida de improviso e ama-se.Ama-se muito.E sonhar então, nem se fala.É um período de aprendizagem e crescimento.Construirmo-nos enquanto pessoas não é tarefa fácil, e o amadurecimento da personalidade de cada um em sociedade, é um trabalho árduo e contínuo.
Estou a crescer.Sei-o e sinto-o.Olho para trás e vejo o quanto cresci.Sinto-me uma rapariga com ideias mais sólidas e mais consistentes, com mais responsabilidade no modo como levo a vida.Aprendi à custa de erros, de irresponsabilidades e de muitos tombos que dei.O meu coração já sofreu vários pontapés, a minha vida já esteve muitas vezes do avesso e eu tenho muitas vezes um montão de ideias para assimilar.Mas de todas essas vezes descobri uma força dentro de mim.E cada vez mais acredito que todos a temos.
Sinto-me bem comigo mesma.O meu mundo vai continuar a dar muitas voltas, até que encontre um ponto de equilíbrio.Mas eu sei que tenho raízes sólidas a rodearem-me.Elas entrelaçam-se em mim e dão-me força.
Já não sou tão imatura, tão infantil nem banalizo os sentimentos, as pessoas, as situações como fazia à uns anos atrás.Continuo a ter ânsia de descobrir, de aprender coisas novas.Mas a vontade de desbravar o mundo num só grito já passou.
Os "verdes anos" ou a "idade do armário" não são mais de que a melhor fase das nossas vidas.Resta-nos saboreá-la e aproveitá-la ao sabor das marés e das correntes.Temos que nos deixar levar com a consciência de que quem erra é humano e que quem luta, sofre.Mas acima de tudo sabendo que todas as coisas têm o seu próprio tempo e o seu próprio espaço.Não interessa termos pressa em crescer... Um dia todos lá chegaremos.


22.10.05


Preciso que alguém me dedilhe a alma e que dela retire os seus melhores acordes...

14.10.05

Amor?

Sim.Talvez não da forma como estejas habituado a conhecê-lo, nem da forma como eu esteja habituada a senti-lo.Mas sabes, no vão das coisas ditas e não ditas, os silêncios cruzam-se e admitem que à mais a existir entre nós do que uma simples amizade.E prevêm um futuro com coisas bonitas se não de mãos dadas, pelo menos lado a lado.
E, é por isso, que (re)aparece o brilho no olhar, o tão esperado sorriso, a tão esperada palavra sussurada ao ouvido...Os momentos passados contigos são simples, mas eu levo-os comigo onde quer que vá.Eu e tu não para sempre, mas por agora.No instante, no momento, sinto-me bem ao teu lado.E bem, o para sempre...o para sempre não existe.Nada dura eternamente, mas eu acredito que existem coisas que perduram e resistem a todas as estações e a todas as outras coisas.
Hoje, só me apetece experimentar a arte do sentir.Numa noite fria de Outono, depois de um jantar que espero animado, o teu toque seria bem recebido.Reconfortaria e faria-me sorrir ainda mais.
Ando feliz.Sem qualquer razão aparente encontro-me numa maré de alegria.Estou positiva, cheia de altruísmo (o que por vezes irrita) e com um sorriso nos lábios.Podia desfiar-vos um rol de sentimentos, de sensações, de imagens, que me povoam a consciência.Mas não.Não quero que olhem para mim.Não quero que me julguem, que me sintam ou percebam.
Só me apetece dar beijinhos, abraçinhos, sorrir, sorrir e rir...Rir muito.Quero distribuir ternura, carinho e amor.
Vou começar por ti.O nosso amor não se baseia em desejos carnais.É muito mais do que uma simples atracção física.Mas bate cá dentro.Tanto que até provoca uma comichão na barriga.E sabe bem.
De cada vez que quero fugir deste mundo sei que posso correr para o teu abraço fiel.Conheces-me e sabes-me bem.Estas linhas não são mais do que uma prece dirigida a um ser ou uma entidade divina para que eles nunca te afastem de mim.De cada vez que quiser, espero encontrar-te aí.No lado esquerdo do peito.

13.10.05

Óculos de Sol.

Usam-se óculos de sol para se protejer os olhos dos raios de Sol, para se segurar o cabelo ou aquela madeixa que teima em cair.Usam-se óculos de sol porque é moda usá-los, principalmente se forem "in", isto é, se forem da "moda".Usam-se óculos de sol para esconder aquela lágrima que teima em cair em dias menos bons; usam-se óculos de sol porque às vezes o reflexo da nossa própria imagem neles, serve-nos de espelho.Usam-se óculos de sol para ver melhor ao longe ou ao perto (se as lentes forem graduadas); usam-se óculos de sol para se observar aquele ou aquela que está na mesa do café ao nosso lado, sem que o(a) mesmo(a) se aperceba.Usam-se óculos de sol para disfarçar as olheiras de uma noite mal dormida ou bem passada, mas com curtas horas de sono.
No meu caso, não uso óculos de sol.Olho para o mundo tal e qual como ele é, sem utensílios ou objectos que o modifiquem ou alterem em termos de cor.Não gosto de me ver de óculos de sol e sinceramente não acho que me façam falta.
Quanto a ti, já não digo o mesmo.Gostava de saber realmente o porquê de tu usares óculos de sol.Tens uns olhos demasiado expressivos para ficarem encobertos por essas lentes escuras que tu tanto teimas em usar.Acredito que te façam falta no Verão, quando os raios de sol teimam em trespassar tudo e todos.
Mas não no Outono, principalmente agora.O Sol que se tem feito sentir não tem sido forte, mas tu teimas em usá-los.Parece-me que tal facto só reforça a ideia de que os objectos exercem muito mais do que a simples função para a qual foram destinados.
Não gosto dos teus óculos de sol, ou se preferires não gosto de te ver com óculos de sol.Tornas-te frio, distante e um pouco convencido.Prefiro os teus óculos normais de massa azul que me permitem penetrar nos teus olhos sem que uma barreira escura se interponha entre mim e eles.

No teu caso, os óculos de sol, criam um fio invísivel entre nós.Mas tu, com a tua doçura tentas desfaze-lo ao tirá-los, ou ao colocá-los sobre a cabeça de cada vez que nos cruzamos ou nos encontramos.
E isso sabe bem, e leva-me a admitir que só embirro com eles por serem teus.Afinal, eles até te conferem uma certa piada...

9.10.05

: v i c i a d a :

"O tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava.
era a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade."

José Luís Peixoto, in "A criança em ruínas"

*

6.10.05

Não sou somente uma imagem agradável e um sorriso bonito.Lamento se te desiludi ou decepcionei.Julgaste-me pela aparência, foste mesquinho, infantil.Não me conheceste minimamente bem, para diferenciares o que era eu do que era menos eu.
Achaste-me simpática? Oh, óptimo.Mas isso não te dá o direito de falares por mim ou achares que me lês os pensamentos.Fui simpática, mas não ao ponto de te abrir a porta do coração.
E tu não percebeste.Tentaste obter o que eu não te podia dar.O que eu não te queria dar.Interpretas-te mal aquilo que fiz ou disse.Segundas intenções?! Nunca as tive para contigo.Não sou sincera se disser que nunca tentei ser mais do que especial para alguém, mas contigo tenho consciência que não.
Sou competitiva.Assumo-o e sim, concordo quando dizes que as mulheres são demasiado competitivas entre si.Principalmente se competem tendo por meta o alcançe de um objecto masculino (if you now what i mean).
Mas também somos seres maravilhosos, repletos de encantos e mistérios, fortes quando ninguém espera, e fragéis dentro de nós mesmas, na escuridão que ensombra a parede dos quartos.Sabemos iludir quando não amamos, mas quando amamos entregamo-nos sem defesas.No fundo o que nos move, talvez também o que mova os homens, é o desejo de sermos amadas.Pelo que somos, pelo que fazemos, pelo que dizemos, pelo que temos, não importa pelo quê.Queremos alguém que nos protega, que nos dê um beijo ao rair do dia, que nos dê outro ao anoitecer.Que nos dê a mão para nos sentirmos seguras, que nos sorria quando tudo estás negro ou quando tudo está brilhante, que nos ajude a atravessar a estrada ou o jardim simplemente.Queremos alguém que pegue em nós, nos complete e nos transforme em algo melhor.É isto que queremos.
E isto tu não sabes.És demasiado criança, demasiado leviano para entender a entrega do Amor.Crucificaste-me porque não te liguei da forma que querias.Desculpa mas se o fizeste, é porque mais tarde ou mais cedo, acabarás por te crucificar a ti mesmo.Podes repetir vezes sem conta que sou competitiva.Faz parte da minha natureza enquanto mulher.Tento contraria-la nas pequenas coisas, mas nem sempre sou bem sucedida.Mas não és tu que me vais dar lições de moral.Para mim, o que dizes não tem consistência, é simplesmente um "bléblá" que ouves e dizes de cor, à espera que alguém concorde contigo.Tenho opinião própria e tento construir a minha pessoa tendo por base valores e ideais em que acredito.Competição? Porque não?! Faz com que nos empenhemos mais para sermos bem sucedidos.Desde que não a leve ao extremo, acho que só aguça a vontade e ajuda ao sucesso.

5.10.05

Leitura obrigatória que por vezes, se torna bem apetecível...

"São os sonhos que seguram o mundo na sua órbita. Mas são também os sonhos que lhe fazem uma coroa de luas, por isso o céu é o resplendor que há dentro da cabeça dos homens, o próprio e único céu."

"Já sabemos que destes dois se amam as almas, os corpos e as vontades, porém estando deitados, assistem as vontades e as almas ao gosto dos corpos."

in Memorial do Convento