29.11.06

.6.

Passam dias
Passam noites
Só tu sabes o que é desesperar
As tuas horas são dois milénios
E aquela canção só vem lembrar

Tens o vício na memória
E o teu coração não quer voar
Sempre e só queres a vitória
Mas tens medo até de te encontrar

Não mexas no tempo
Pára de esperar por quem não vem
Pede ao mar e pede ao vento
Essa paz que o amor tem

Não mexas no tempo
Pensa que esperar não é perder
O reencontro ao fim de um tempo
É mais doce que viver

O tempo é algo intocável
Isto não é para esquecer
É no mais íntimo do tempo
Que não se deve mexer

.André Sardet


23.11.06

Amizade


"O tempo passa a correr.
Os dias avançam, assim como os meses e os anos. Os hábitos mudam, os valores mudam, as crenças mudam. As pessoas mudam! Os objectos mudam de lugar, as paredes mudam de cor, umas enchem-se com mais fotografias e escritos, outras nem tanto. As recordações apagam-se, outras perdem a importância que um dia tiveram. Um dia.
Mas em oposição, há coisas que dificilmente se perdem... Há coisas que ficam para sempre, e que resistem ao frio, à chuva, à distância física, ao tempo. E conjuntamente com elas coexistem novas coisas, descobrem-se novas pessoas, novos objectos, tiram-se novas fotografias, começam a formar-se novas e doces recordações sem nunca perder o sentimento pelas coisas que ficam para sempre."

(para a Filipa e para a Ana*)