20.4.06

flpj

Fica. Fica só mais um pouco, fica só mais um pouco neste momento perfeito. Só assim poderemos apreciar os primeiros raios de sol da manhã clara, o primeiro nascer do sol que os meus e os teus momentos têm (talvez o único). E a manhã corre. E o dia passa. O tempo escoa e entre nós as palavras não acabam, os abraços não cessam, os sorrisos não se perdem, os olhares não se acalmam e as mãos não serenam. É disto que a nossa vida é feita... Destas pequenas particularidades que nos preenchem (e preenchem tanto).

Fica. Fica só mais um pouco, fica só mais um pouco neste momento perfeito. É que hoje, hoje é o último dia...

13.4.06

Dia Bom

Hoje acordei tarde, deixei-me dormitar ao de leve, sonhei contigo durante toda a manhã, não consegui saltar para fora da cama mas também não me entreguei a ela sem resistência. Enrolei-me aos lençóis como se eles fossem os teus braços, simbolizassem os teus abraços. Enrolei-me tanto que no enleio parecia que eles me queriam abraçar de uma forma tão nobre e doce, que era eu que os moldava ao meu próprio corpo. Abraçei-os, abraçei-te, rebolei neles e senti a tua face. Um pouco áspera (talvez devido à barba por fazer), que me fez cocégas e me soube bem. Por entre as pernas, os lençóis, uns e outros entrelaçados, tanto que já não sabia quem seria mais suave, se eles se tu, se eu se eles, se a minha idealização de ti ou simplesmente a minha fantasia de ti. Abri os olhos no escuro e por entre as frechas da presiana vislumbrei um dia soalheiro, que me encheu o peito. O sol intrometeu-se no quarto e fez-me pensar que foi pecado ficar na cama com o dia lindo que está lá fora. Mas não faz mal. Acordei bem. Sem me preocupar demasiado com o facto de te dares tanto e tão bem à minha memória... Lentamente vou costurando os retalhos do meu coração com linhas de sossego. Às vezes precisamos somente disso. De saber que as coisas têm o rumo inevitável, como os dias se sucedem às noites, como as estações do ano, como as fases da lua, como as marés, como a vida e a morte. Reconciliação. Acho que é a palavra mais serena que consigo encontrar para mim, hoje. E, é também, uma palavra recorrente na Páscoa.

12.4.06

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Perdida por ti, preciso de me perder em ti ou de ti.