24.1.07

Eu tentei ficar, juro que tentei.


Mas quase nunca conseguimos segurar e ter nas mãos, as curtas-metragens das nossas vidas nem as voltas tresloucadas do nosso coração... Então pedi-te que te fosses embora, para não ter que sentir que te deixei e para me conseguir iludir de que os meus passos tinham a convicção certeira de quem sabe para onde vai...
E não te vou dizer que é sempre bom, porque estaria claramente a mentir. Mas é quase sempre. É verdade que há dias em que se me corta o coração, de não puder sentir tudo de uma vez. No entanto, não ia conseguir que fosse de outra maneira. Não ia conseguir viver cheia de certezas e vontades mesquinhas que me sufocariam e me fariam andar numa corda ainda mais bamba.
Assim, estou cada vez mais apegada a estas vontades que emanam do chão, mas que nunca me prendem a ele nem me deixam voar de mais... Estas, que chamam o coração para o lado da razão de cada vez que ele fica mais do teu lado do que do meu...

Ás vezes, gostava que ele percebesse que estamos quase sempre do mesmo lado.


17.1.07

Desleixamo-nos, fazemos de conta, criamos certezas inexistentes, inventamos o sim tentando esquecer todos os nãos, e vingamos a ausência de quem nos escorregou por entre os dedos noutro alguém ou noutra qualquer janela que nos pareça facilitar a entrada de uma qualquer outra brisa. Aprendemos com o tempo e com as constantes ilusões e desiluções que não é o longe ou o perto que estragam os laços de gostar, mas sim os espaços vazios que se fazem questão de criar por entre todos os retalhos que existem cada vez que se gosta de alguém...
Mas mais tarde ou mais cedo vemo-nos enredados em pedaços de nós mal explicados e assim, te vais tornando o ausente de todos os ausentes.

Mas é sempre assim que acontece não é?