15.2.07

Confidências II

"De tempos a tempos tenho desiluções. Recebo aquele pontapé fatal no coração que me faz repetir a partir desse momento: "não quero mais saber disto, o amor não existe!". Mas com o passar do tempo e dos acontecimentos, as cicatrizes começam a esbater-se e sem me dar conta, vou abrindo as portas a alguém que devagar, devagarinho, pé ante pe, entra na minha vida e, quando finalmente dou por mim, já ele me agarrou por dentro.
Convencida que desta é que é, escancaro portas, janelas e clarabóias para que ele veja, para que ele entenda o sentimento que levo dentro de mim, que quero levar até ele. Estendo-lhe a mão e senti-la dentro da dele é uma das melhores sensações do mundo. E de repente, o meu coração está nos meus e nos seus dedos, nas minhas linhas que se cruzam com as linhas da vida dele, do amor dele, da sorte dele.
Mas, por qualquer razão, com a mesma leveza com que se aproximou, ele afasta-se. Ele, o amor, esse elemento que tantas vezes nos trama e teima em prometer aquilo que acaba por não nos conseguir dar. Pois ainda houve um tempo eu que eu te quis dar a mão. Mas agora, agora não. Já não te quero dar a mão.
Estou em tempo de desilução."

2 comentários:

rita disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
rita disse...

há uma altura em que só nos parece legítimo desistir e passar uma borracha por cima de tudo mas... nunca deixes de acreditar :) *